A REFORMA E REGULAMENTAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE JEQUIÉ - BAHIA, CRIANDO A GUARDA CIVIL - CAPÍTULO IV
FONTE:
A NOVA HISTÓRIA DE JEQUIÉ -
LIVRO DO HISTORIADOR JEQUIEENSE - ÉMERSON PINTO DE ARAÚJO:
“(...) Na campanha sucessória do Estado
voltou a dividir o PSD ao apresentar o nome do engenheiro José Pedreira de
Freitas, em detrimento do candidato preferencial Tarcilo Vieira de Melo. Tal
procedimento frustrou igualmente os partidários de Juraci Magalhães que lhe
asseguraram a vitória no pleito anterior e contavam com o apoioamento à
candidatura do seu líder. Em represália, a UDN costurou uma nova composição de
forças com o PR e o PL, assegurando o triunfo de Juraci Magalhães. Tal acordo
beneficiou indiretamente as pretensões de Lomanto Júnior, que voltou a
candidatar-se ao cargo de prefeito de Jequié, apoiado por todas as agremiações
partidárias, numa eleição tranqüila.
“Administrando Jequié pela segunda vez,
Lomanto Júnior assumiu a Prefeitura a 7 de Abril de 1954 para um mandato de
quatro anos. Dentre os empreendimntos levados a cabo na sua nova gestão,
incluem-se pavimentações, construção de chafarizes, remodelação da rede escolar
através de convênio com o Estado, e as solenidades comemorativas do cinqüentenário
da cidade, com ampla divulgação em todo Estado, projetando-o como administrador
de visão. Até 1959 era secretário da prefeitura o funcionário mais graduado do
município, tendo tal situação desaparecido com a reforma administrativa
realizada na segunda gestão Lomanto Júnior, quando foram criadas as diretorias
de Administração, Fazenda, Educação e Cultura; Saúde e Assistência Social;
Fomento e Abastecimento; Obras, Viação e Urbanismo; além da Procuradoria
Municipal, Chefia de Gabinete, Serviço Municipal de Segurança e órgãos outros
que descentralizaram a administração. Eleito presidente da Associação
Brasileira de Municípios, Lomanto Júnior pôde tornar seu nome bastante
conhecido em outras regiões do Brasil. A sua proveitosa administração à frente
da citada entidade, aliada ao seu espírito de luta, fizeram convergir sobre a
sua pessoa o apoio dos líderes políticos do interior, cansados com as decisões
de cúpula,onde sequer eram ouvidos.”
“Empossado em Abril de 1959, Juracy
Magalhães fixou diretrizes do seu governo ao criar o PLANDEB, disciplinando a
máquina administrativa e gerando empregos através do desenvolvimento industrial
do Estado, trazendo para a Bahia novos investimentos, ao atrair a vinda de
capital oriundo do sul do País. Seu nome, inclusive, chegou a ser cogitado para
concorrer a à Presidência da República pela legenda da UDN. A maioria do
partido, liderada pelo deputado Carlos Lacerda, preferiu apoiar a candidatura
de Jânio Quadros, um novo fenômeno eleitoral, que terminou saindo vitorioso
sobre os seus contendores Henrique Teixeira Lott e Ademar de Barros. Juracy
Magalhães, a princípio, pensou fazer Josafá Marinho seu sucessor. Às vésperas
convenção da UDN, Lomanto Júnior, que desencadeara a campanha tendo como lema “o
interior caminha para o governo”, mudou o rumo da sucessão ao trazer o apoio do
PTB e do PR, tornando-se o candidato da UDN. Posteriormente, conseguiu as
adesões dos autonomistas e da “Liga Eleitoral Católica” (LEC), esta última
posicionando-se contra o candidato pessedista Waldir Pires, por considerá-lo
ligado aos extremistas da esquerda. Vitorioso, Lomanto Júnior assumiou o
Governo do Estado a 15 de Abril de 1963, tendo como vice-governador o
pessedista Orlando Moscoso.”
“Ao renunciar ao cargo de prefeito de
Jequié, a fim de concorrer ao Governo da Bahia, Lomanto Júnior tranferiu a
direção da Comuna a Waldemar Dias Veiga, na condição de funcionário graduado
mais antigo, uma vez que ainda não existia o cargo de vice-prefeito e os
componentes da Mesa Diretiva da Câmara de Vereadores eram candidatos à
reeleição e não pretendiam incompatibilizar-se. A eleição municipal assegurou a
vitória do médico Daniel Andrade, que apoiado pela população humilde do
município conseguiu derrotar seu contendores Milton Almeida Rabelo e Clóvis de
Sousa Barreto. Data daí a introdução de charangas, batucadas e até mesmo trios
elétricos nos comícios do candidato vitorioso, em substituição às filarmônicas,
com o povo cantando e dançando, inclusive nos palanques, músicas enaltecendo as
qualidades do candidato.”
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